Durante a caminhada de 2 anos PNAIC, em um movimento de refletir, apontar e criar formas e possibilidades diferentes de trabalhar, com nossos professores alfabetizadores, não garantiu que os alunos ao chegar no final do ciclo de alfabetização, estivessem alfabetizados com qualidade. Percebemos que nos falta alguma coisa.
Com a preocupação e vontade de descobrir algo diferente que viesse nos ajudar a perceber o que precisava ser melhorado, fomos pesquisar alguns autores que viessem nos esclarecer.
- Como nossos alunos aprendem?
- Como trabalhar consciência fonológica?
- Como chegar ao final do ciclo da alfabetização, alfabetizados e letrados?
Foi ai que encontramos na internet Vídeos com depoimentos de professores de Lagoa Santa- MG, falando de experiências que está dando certo, vem acontecendo desde 2007, com a chegada de Magda Soares, para coordenar os trabalhos. Naquela época, pré-adolescentes da rede pública da cidade chegavam ao 7º ano quase analfabetos funcionais, ou seja, sabiam ler e escrever mas sem compreender textos simples. Hoje, oito anos depois, pequenos de apenas 5 anos deixam a pré-escola já alfabetizados. O milagre é fruto de ideias simples, como dar às crianças acesso fácil aos livros.
Decidimos ver isso tudo de perto. Pesquisamos e-mail, entramos em contato com Secretaria Municipal de Lagoa Santa e agendamos nossa ida até lá. Fomos muito bem recepcionadas e vimos pessoalmente muito mais do que os vídeos nos mostram. É um trabalho de equipe, com muito comprometimento por parte dos professores e envolvidos.
Núcleo é como elas chamam o bloco alfabetizador que vai do Maternal até 5º ano. É tipo uma “corrente do bem”. Todos juntos por uma só causa, ALFALETRAR. Com assessoria de Magda Soares, não tem como falhar. Encontram-se semanalmente com Magda para Avaliar e Criar estratégias para atingir metas traçadas previamente. Tudo é diagnosticado, estudado e planejado para que não fique nem um “Menino” sem aprender. Todos devem ter as mesmas oportunidades, que são criadas conforme cada um aprende. Por isso o Professor tem obrigação de estudar para descobrir como seu aluno aprende e a partir daí, criar as atividades diferenciadas para atender cada um em suas especificidades.
Foi investido em criar Bibliotecas, desde CEIs até escolas fundamentais, essas são equipadas com livros e pessoas comprometidas. Fala de Magda Soares – “Livro didáticos, bem longe das bibliotecas.” Todas as Bibliotecas tem seu nomes expostos nas portas. Salas de aula também tem nomes de autores de livros infantil, como: 1º ano – Monteiro Lobato. Muito legal. O projeto de Magda, batizado de Alfaletrar, caminhou a passos largos. E as aulas em Lagoa Santa nunca mais foram as mesmas. Em sala, livros por todos os lados e atividades lúdicas, como jogos de formação de palavras.
Fala de Magda Soares —“ A criança aprende a ler e escrever já fazendo uso da linguagem. Não é só ba, be, bi, bo, bu”.
Magda já era referência nacional em educação básica. Hoje, viaja o país, dando consultoria em outros municípios — entre eles, o Rio — sobre alfabetização. Todos querem a receita do sucesso: Lagoa Santa deu um salto no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e hoje está a três décimos da excelência, segundo o Ministério da Educação. “— Um dia, numa creche, vi um pequenino fugindo para a biblioteca”. As professoras contam que é comum. Outra vez, uma jornalista perguntou a um menino de uns 5 anos se ele gostava mais de brincar ou ler. Ele respondeu: “Ué, mas ler é brincar”. Isso compensa qualquer esforço.
Diretoras de ensino da Rede Municipal de ensino do Município de Sombrio
Rosi Gonçalves dos santos e Josiane dos Santos de Medeiros.
